segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Mais um exposição bacana aqui na QUANTA!



BAD WOMEN com artes de BRÃO!
Com abertura no dia 18 de OUTUBRO às 18h, a exposição apresenta as pin-ups produzidas pelo artista e fica em cartaz até dia 01 de NOVEMBRO.

Abraham M. Aguiar, AKA, BRÄO, tem um estilo muito legal.. ou vários estilos muitos legais. Tanto em termos de estrutura quanto de acabamento, o trabalho dele sempre me lembrou grandes desenhistas dos anos 1970... Não é uma influência obvia, clara, mas esta lá... às vezes em como ele faz os cabelos das personagens femininas, às vezes em como estrutura os olhos e boca dessas personagens. Quando vi as pin-ups que ele anda produzindo, principalmente em seu sketchbook, achei que tinha tudo a ver trazer esse material pra fazer uma exposição aqui na Quanta, porque esse trabalho gráfico tem muito do que eu vi como um bom trabalho de estrutura de desenho e cor.. E na estruturação correta e consciente de conceito de estética e tudo mais. A exposição vai acontecer.. a abertura vai rolar no dia 18 de outubro, acompanhado de outra surpresa, que depois falaremos!

Formado em animação fora do país, Brão trabalha também com produção de vídeo e animação em seu estúdio de animação, que atua principalmente em publicidade e projetos de série para TV.

Abaixo, você pode ler uma entrevista que fizemos com ele sobre esse projeto de pin-ups.

QUANTA - Gostar desse imaginário de pin-ups com Bad Women é bem frequente entre ilustradores e desenhistas... De onde vem essa sua influência? Quem são seus artistas de pin-ups preferidos?

BRÃO - Essa influência vem de uma descoberta precoce das HQs europeias de meu pai. Eu devia ter uns 13 anos quando li Druuna pela primeira vez. Meu pai tinha outras HQs que havia trazido de uma viagem a Portugal, Crepax, Manara e outros títulos que acho que nunca vieram pro Brasil. Infelizmente essa coleção foi perdida no tempo, mas a impressão ficou.

Principalmente por na época eu ser muito ligado nos quadrinhos americanos anos 90 e Druuna foi meu primeiro contato com um quadrinho europeu, ou até mesmo com quadrinho autoral e eu não era de ficar só babando na “sacanagem”; o traço do Serpieri, seu acabamento, putz, foi algo que mudou meu olhar e me fez chegar até a Heavy Metal, onde lia Frazetta, Moebius e Bisley. Carrego essa lembrança comigo desde então.

De lá pra cá, estão nas minhas prateleiras: Howard Chaykin, Marguerite Sauvage, Jim Mahfood, Cameron Stewart, J. Scott Campbell, Adam Hughes, Otto Schmidt, Apolonia Saintclair, putz, a lista vai embora. Daqui do Brasil, acho que vale mencionar o Benicio, o Marcelo Daldoce e o Greg Tocchini. São caras que nessa minha retomada ao desenho me inspiraram (e ainda inspiram) a melhorar.

QUANTA - Na minha opinião, as artes tem um clima meio anos 1970... principalmente dos desenhistas que tinham uma inspiração meio “punk” em sua arte, artistas da Heavy Metal, Metal Urlant. Isso tem a ver?

BRÃO - Total! Daí vem o Serpieri, tem o Liberatore também, Simon Bisley, lia muita Heavy Metal quando moleque, tinha coisas do Manara, Moebius. Eles tinham atitude no desenho e em suas mulheres e tento trazer isso para o meu trabalho.

QUANTA - Você traz uma mistura interessante de influências e referências temáticas e estéticas em suas pin-ups... personagens de quadrinhos é uma delas. Vampirellas, super-heroínas e Tank Girls.. O fato de estas personagens não existirem apenas em imagens congeladas, de elas terem histórias, de terem personalidades construídas, de “existirem”, ajuda na hora de fazer uma pin-up delas? Você pensa em histórias com elas quando produz suas imagens?

BRÃO - Não sei se eu chamaria de histórias, mas eu procuro pensar em um contexto, mesmo que ele não apareça no resultado final, faz parte do processo. Penso na atitude, na pose, no olhar, no momento, muito mais do que em histórias ou "panos de fundo" para elas.

QUANTA - E quando você cria essas personagens aleatórias, que existem apenas em imagens (não têm um contexto já criado), você imagina histórias com elas? Imagina quem elas são, de onde elas vêm, como é a personalidade delas? Já ouvi isso de alguns amantes de pin-ups.. que quando olham para imagens de personagens que só existem naquela imagem, criam histórias pra elas... criam um contexto. Você faz isso enquanto desenha essas Bad Women?

BRÃO - Algumas vezes, não acho que seja sempre. Gosto de pensar no que elas estão pensando, em realmente dar uma atitude. Acho que isso é algo de que eu fugi, ou aprendi com o exemplo contrário de minhas influências, onde a mulher muitas vezes era subjugada ou vazia. Gosto de dar poder as minhas pin-ups, elas tem que dominar quem as vê.

QUANTA - Você usa ferramentas e técnicas diferentes em cada um dos processos de arte para suas pin-ups.. Tem algum processo que você se sente mais à vontade?  

BRÃO - Eu estou sempre estudando, tentando algo novo, algo que nunca usei. Quando me sinto a vontade é hora de parar e tentar algo diferente.

QUANTA - Sei que você tem uma proximidade muito grande com música, principalmente Rock. Você seleciona trilhas sonoras específicas para ouvir enquanto produz alguma personagem? Elas tem algum “tema”?

BRÃO - Sempre produzo com música, mas nunca tão específico. Música é algo muito pessoal, concorda? Eu ponho aquilo que vai me por no clima dependendo de como foi meu dia ou de como vai ser meu dia.

QUANTA - (se sim) – Fala um pouco disso... Algumas músicas ou álbuns ou bandas que escutou enquanto produzia algumas dessas personagens.

BRÃO - Bom, minha banda favorita de todos os tempos é o Motörhead, escuto pelo menos um álbum deles por dia. De vez em quando alguma música deles aparece em algumas Pin-Ups, "Bomber", "Love me Like a Reptile", "Devils". O próprio nome Bad Women veio de uma música deles do álbum Bastards, chamada Bad Woman, que é uma ode a mulher. Judas Priest aparece de vez em quando, "Devils Child", "Living after Midnight", "Touch of Evil", essa última tem uma história especial.
















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